"O anúncio do Presidente [dos EUA, Donald] Trump é um sinal de alarme para a indústria dos dois lados do Atlântico", afirmou a Federação Alemã da Indústria (BDI, na sigla em alemão), num comunicado hoje divulgado.
Trump anunciou hoje que vai impor tarifas de 30% sobre produtos da UE a partir de 01 de agosto, numa carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, publicada na sua rede social, Truth Social, e datada de sexta-feira, 11 de julho.
"Um conflito comercial entre dois espaços económicos tão intimamente ligados como a UE e os Estados Unidos da América prejudica a recuperação económica, a força da inovação e, em última análise, a confiança na cooperação internacional", referiu Wolfgang Niedermark, membro da direção da BDI, citado pela agência France-Presse (AFP).
A federação comercial pediu, assim, ao Governo alemão, à Comissão Europeia e à administração americana para que encontrem soluções "no âmbito de um diálogo objetivo e evitem uma escalada".
"As poucas semanas que nos separam da entrada em vigor das tarifas, em 01 de agosto, devem ser aproveitadas para negociar em pé de igualdade", defenderam.
Von der Leyen, afirmou hoje que Bruxelas continua disposta a negociar com os EUA para chegar a um acordo antes de 01 de agosto, após Donald Trump anunciar tarifas de 30%.
A responsável respondeu que se mantém disposta a continuar as negociações com os EUA para chegar a um acordo antes de 01 de agosto, mas não descarta contramedidas "proporcionais" para "salvaguardar" os interesses europeus.
Já o presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu que a UE deve permanecer "firme, unida e pronta" para proteger seus interesses, ao mesmo tempo em que "constrói parcerias comerciais sólidas em todo o mundo".
A Alemanha pode ser um dos países mais afetados pelas tarifas, uma vez que a sua economia se encontra com uma maior exposição às exportações para os EUA, nomeadamente nas indústrias química, farmacêutica, automóvel, siderúrgica e de fabrico de máquinas.
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