O dado surpreendeu os analistas, que previam nova contração dos preços, depois de uma queda de 0,1% em maio.
Segundo Dong Lijuan, estatístico do Gabinete Nacional de Estatística, as medidas adotadas pelo Governo para estimular a procura interna e incentivar o consumo "continuaram a surtir efeito" no mês de junho.
A segunda maior economia mundial continua sob pressão deflacionista, devido à combinação entre a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial, agravada pela guerra comercial com os Estados Unidos, que tem dificultado o escoamento de inventários acumulados pelas empresas.
A deflação (queda anual nos preços no consumidor) reflete debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
As autoridades chinesas têm reiterado que o reforço da procura interna será uma das prioridades económicas centrais para 2025.
A mesma fonte divulgou ainda o índice de preços no produtor, que mede os preços à saída da fábrica, e que acentuou a queda de 3,3% em maio para 3,6% em junho, o valor mais baixo desde julho de 2023.
A descida foi maior do que as previsões do mercado, que apontavam para uma contração menor.
Dong Lijuan alertou que algumas indústrias orientadas para a exportação estão "sob pressão" em termos de preços e que "a incerteza no comércio global afetou as expectativas das empresas exportadoras".
Em maio, Pequim e Washington acordaram um pacto temporário de 90 dias, pelo qual a China reduziria as tarifas sobre produtos norte-americanos de 125% para 10%, enquanto os EUA diminuiriam as suas tarifas sobre bens chineses de 145% para 30%.
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