Moçambique deve crescer 2,7% este ano e 3,5% em 2026

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) previu hoje uma "recuperação do setor extrativo" em Moçambique, que deverá impulsionar um crescimento da economia "para 2,7% em 2025 e 3,5% em 2026", segundo uma análise à situação do país.

Notícia

© Shutterstock

Lusa
27/05/2025 23:41 ‧ ontem por Lusa

Economia

BAD

"A inflação deverá aumentar para 4,8% em 2025 e crescer ainda mais para 5,2% em 2026, devido ao aumento dos preços dos alimentos locais", acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado a Moçambique no relatório de Perspetivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025.

 

As previsões para Moçambique sucedem a um crescimento mitigado do PIB de 1,8% em 2024, devido ao "declínio da produção nas indústrias extrativas e na agricultura", após um crescimento de 5,4% em 2023, nota o BAD -- recordando também a descida da inflação: 7% em 2023 e 3,2% em 2024.

Agora, o défice orçamental "deverá aumentar para 5,4% do PIB em 2025 e depois diminuir para 4,5% em 2026 devido à consolidação orçamental".

O AEO 2025 foi publicado hoje, durante as reuniões anuais do BAD que decorrem em Abidjan, Costa do Marfim, cujo tema central é a mobilização dos recursos do continente, libertando-o de dependência externa.

No caso de Moçambique, os principais riscos para o crescimento incluem "as alterações climáticas, a agitação social e os seus efeitos nas atividades económicas, os cortes na ajuda externa e as tensões comerciais" a nível mundial. 

O BAD considera urgente melhorar a eficiência das despesas públicas, diversificar os mercados de exportação e fomentar o diálogo "entre todos os partidos políticos". 

Um dos indicadores apontados na análise diz respeito ao baixo rácio impostos/PIB, a rondar 23%, "situando-se abaixo dos padrões regionais, sinalizando um potencial fiscal não realizado". 

"A mobilização de receitas é limitada pelos fluxos financeiros ilícitos, estimados anualmente em 1,3 mil milhões de dólares (1,15 mil milhões de euros), e pela fraca administração fiscal", acrescentou.

Por outro lado, a "pesada folha de pagamentos" do Estado "equivale a uma média de 90% da receita fiscal (2021--23) e o aumento das obrigações de serviço da dívida limitam significativamente a margem para despesas de desenvolvimento". 

"Sair da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira (GAFI), combater os fluxos financeiros ilícitos e aplicar regulamentos de parcerias público-privadas serão tarefas essenciais para melhorar o clima de investimento e aumentar a resiliência económica", concluiu.

*** A agência Lusa viajou a convite do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) ***

Leia Também: BAD prevê que Angola cresça 3% este ano e 3,6% em 2026 face a desafios

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas