"O PS não se tem que estar a pôr em bicos de pés para ser o parceiro preferencial de ninguém. Tem que apresentar as suas posições e tem que negociá-las com quem está a governar e não com outras forças políticas. Não há um trio para negociar", afirmou o antigo ministro do Trabalho em entrevista ao programa "Conversa Capital", da Antena 1 e Jornal de Negócios.
No debate sobre o estado da Nação, no parlamento, na quinta-feira, o líder do PS, José Luís Carneiro, acusou o primeiro-ministro de alterar a política do "não é não" pelo "sim é sim" ao nível do relacionamento com o Chega, com Luís Montenegro a responder que dialoga com todas os partidos e a pedir humildade aos socialistas.
Na mesma entrevista, Vieira da Silva disse acreditar que o Governo de Luís Montenegro não vai ultrapassar linhas vermelhas como "são aquelas que têm a ver com o Estado Democrático, com o projeto europeu, com a estratégia de defesa" e apresentou uma vantagem para os socialistas: "O PS respeita a concertação social."
No final de uma semana em que o executivo e o Chega aprovaram juntos uma alteração à lei dos estrangeiros no parlamento, o antigo ministro do Trabalho afirmou na entrevista que "Luís Montenegro e o seu governo acabou de fazer uma aliança efetiva com a extrema-direita."
"E a extrema-direita em Portugal, como em muitos outros países, tem um discurso que se centra muito na xenofobia, muitas vezes no racismo e na culpabilização de todos os maus do mundo na imigração", disse.
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