O Governo, conta com "os contributos e com o empenho da Iniciativa Liberal" para que o discurso da recém-eleita presidente do partido "possa ter alguma consequência", afirmou o ministro do final da X Convenção realizado hoje em Alcobaça, Leiria.
Carlos Abreu Amorim admitiu "evidentes" pontos de contacto entre a IL e o Governo apesar dos "rumos diferentes".
O Governo com um programa "que vai executar" e a IL, "como todos os outros grupos parlamentares e partidos com assento parlamentar, inclusivamente os deputados únicos, darão os seus contributos", disse, deixando um desafio a Mariana Leitão.
"O desafio que o Governo faz é exatamente para que a Iniciativa Liberal saiba estar à altura das suas palavras e possa contribuir para que o Governo consiga transformar Portugal", concluiu o ministro que assistiu ao encerramento da X Convenção do partido.
O secretário-geral e deputado do Chega, Rui Paulo Sousa, que também assistiu ao discurso de Mariana Leitão, acusou a nova presidente dos liberais de "se tornar radical no seu discurso" ao considerar que o Chega "é um dos seus principais adversários".
"Quero lembrar que a IL é um partido que nasceu das ideias", mas "essas ideias têm-se vindo a perder ao longo do tempo", afirmou.
Rui Paulo Sousa considerou que Cotrim de Figueiredo foi "o único candidato" que a IL "tinha de jeito", e acusou-o de ter "fugido, entre aspas, para a Europa, e agora, aparentemente, regressou para ser candidato a Presidente".
O secretário-geral do Chega advertiu ainda que se seguir o exemplo de outros partidos e considerar o partido de André Ventura como adversário, a IL "corre o risco de "nas próximas eleições (...) não ficar vazia só de ideias, mas também vai ficar vazia de dirigentes, de militantes e de deputados".
Mariana Leitão, disse, "poderá sempre ficar como deputada única, a fazer companhia à Mariana Mortágua, ou então ficar ela a única Mariana, neste momento, no parlamento".
Em nome do CDS, o vice-presidente do partido Telmo Correia felicitou Mariana Leitão pela sua eleição e desejou "à nova liderança da Iniciativa Liberal que encontre a sua estabilidade".
Contrário a "soluções de individualismo, como resultam, por exemplo, na defesa da eutanásia ou na liberalização das drogas", o centrista sublinhou "essas diferenças" mas desejou "um bom mandato à nova líder da IL.
Por sua vez, o dirigente do Livre Filipe Honório disse que verificou uma mudança de rosto na liderança da IL, mas um "prego a fundo naquilo que são as suas políticas", que considerou deixarem de fora pessoas.
"Mesmo ao nível do debate da imigração, o que vimos foi a IL a ser coerente consigo mesmo: pouco liberal, porque não vendeu os seus princípios, deu-os mesmo de graça", acusou.
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