Em declarações à Lusa, o presidente do SNESup, José Moreira, reagiu aos resultados das candidaturas ao ensino superior que foram hoje conhecidos e sublinhou que "a diminuição de colocados era expectável, tendo em conta o número de candidatos".
Para este sindicato, um dos problemas mais graves é a diminuição de alunos em instituições de ensino situadas no interior do país. "São sempre as que sofrem mais na captação de alunos", apontou José Moreira, acrescentando que, "provavelmente, uma das coisas que haveria que repensar seria a atribuição de incentivos à fixação de alunos nas instituições do interior".
Outra questão apontada pelo SNESup é a diminuição de alunos carenciados colocados na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. De acordo com os dados divulgados hoje, foram colocados 1.548 estudantes beneficiários do escalão A de Ação Social Escolar, menos 107 do que no ano passado.
Para José Moreira, uma das causas poderá estar relacionada com o aumento dos preços das casas que tem sido registado nos últimos anos. Os preços elevados fazem com que "muitos jovens não tentem sequer concorrer, porque não têm possibilidade de pagar um alojamento fora do seu local de habitação, mesmo que seja no interior, onde as casas são mais baratas, mas também vão sofrendo um aumento significativo", explicou.
Nesta fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior ficaram colocados 43.899 estudantes, o que corresponde a uma diminuição de 12,1% em relação ao ano passado. Olhando para esta quebra, o SNESup considerou que "o fator mais determinante para esta diminuição foi a mudança das regras de acesso", que colocaram mais peso nos exames nacionais.
"Esta é uma questão complexa, porque é sempre uma opção que o poder político decide tomar", explicou José Moreira, acrescentando que, se as regras forem mais acessíveis, o número de candidatos pode aumentar e, por outro lado, se as regras forem mais complexas, o número diminui, como aconteceu este ano.
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