Secretário de Estado admite "alguma descoordenação" no combate aos fogos

O secretário de Estado da Proteção Civil explicou que "muitas vezes a própria velocidade e propagação do fogo é muito mais rápida do que a capacidade de mobilizar meios" no terreno.

Rui Rocha, Secretário de Estado da Proteção Civil,

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Carolina Pereira Soares
19/08/2025 23:25 ‧ há 4 dias por Carolina Pereira Soares

País

Incêndios

O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, admitiu esta terça-feira que podem existir momentos de "descoordenação momentânea" no combate aos incêndios em Portugal.

 

"Podemos admitir, aqui ou noutro momento, por aquilo que dou nota, da complexidade dos teatros de operações, que possa haver alguma descoordenação momentânea", esclareceu o governante em entrevista à SIC Notícias.

"Muitas vezes a própria velocidade e propagação do fogo é muito mais rápida do que a capacidade de mobilizar meios", explicou, realçando que "todos os teatros de operações têm um posto de comando responsável por gerir os recursos".

"Há comandantes que me relatam que não se recordam de um fogo tão intenso e com uma velocidade de propagação tão rápida", relatou o governante.

Rui Rocha fez, mesmo assim, um balanço geral positivo da ação dos profissionais no terreno, afirmando que há "uma taxa de sucesso no ataque inicial, nos primeiros 90 minutos, superior a 90%".

Quanto à falta de meios, o secretário de Estado disse compreender a aflição dos autarcas no terreno e relembrou que ele próprio era presidente da Câmara Municipal de Ansião, em 2017, onde houve um posto devido aos incêndios em Pedrógão.

"Nós que estamos no local entendemos sempre que os recursos são escassos", admitiu.

Rui Rocha respondeu ainda às críticas feitas pelo presidente da Liga dos Bombeiros na tarde desta terça-feira, que defendeu que deveria haver um "rosto" a nível nacional para tomar decisões quanto ao combate aos incêndios.

O governante considerou "injusta" a afirmação e relembrou que há um comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que muitas vezes aparece à frente das câmaras para fazer os briefings, e que em outras tantas "visita os vários postos de comando e teatros de operações" no terreno.

"Falta um rosto, como em qualquer guerra, a nível nacional"

O presidente da Liga dos Bombeiros acha que "o incêndio de Seia vai progredir hoje até amanhã, porque não houve capacidade de decisão estratégica, operacional, para resolver a alocação dos meios aéreos em determinados locais".

Carolina Pereira Soares | 18:41 - 19/08/2025

Quanto à situação de alerta, que se estende até quarta-feira, depois de sucessivos prolongamentos, Rui Rocha explicou que "não se justificava" manter o regime, com previsões meteorológicas benéficas para o combate aos incêndios.

"Vai haver uma descida da temperatura, que vai colocar a temperatura aos níveis habituais do mês de agosto, de verão, e a humidade vai ser maior. São esses aspetos que nos levaram a não prolongar a situação de alerta", esclareceu.

Leia Também: Marcelo defende MAI: "Quem chegou há dois meses ainda está a descobrir"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas