Maré de 'restos' de prisão militar do séc. XIX inundam praia espanhola

Há décadas que o areal da Praia de Ondarreta, em San Sebastián, é 'atacado' por detritos e pedras que são restos de uma prisão militar. Residentes dizem que "nadar devia ser um sonho", mas que ali é um "pesadelo".

praia de ondarreta

© PiedraOndarreta/ X (antigo Twitter)

Ana Teresa Banha
25/08/2025 15:43 ‧ há 2 horas por Ana Teresa Banha

Mundo

Espanha

Nas últimas semanas a Praia de Ondarreta, na cidade espanhola de San Sebastián, tem vindo a ser 'inundada' por detritos, numa situação que já dura há algumas décadas. Esta segunda-feira, a autarquia vai aproveitar o estado da maré para recolher o máximo destes detritos que estão a incomodar  os residentes e que não chegam a outras praias da cidade.

 

Segundo descreve a publicação espanhola El País, o areal está agora coberto por uma camada de detritos, cascalho.

Estudos recentes realizados pela Sociedade Oceanográfica Azti e pela Sociedade Científica Aranzad dão ainda conta da origem desta 'praga'. Segundo os resultados, citados pela jornal espanhol, os detritos que vão parar à praia em causa são restos de um antigo acampamento militar construído na praia em 1873, assim como de uma prisão que foi desmantelada em meados do século passado.

O aparecimento destes restos é cíclico, aparecendo os destroços, principalmente, durante a época de verão, o que causa mais problemas, conforto e pode até criar lesões, já que muitas pessoas vão na mesma àquela praia.

Uma análise citada pelo jornal El País revela ainda que ao longo do último século e meio houve destruição das construções antigas, sendo que o que agora dá à costa são as pedras, o entulho, os pedaços de calcário e outros materiais que faziam parte das infraestruturas da prisão.

Segundo a imprensa, a autarquia estima que a praia acumulou 14.600 metros cúbicos de cascalho e pedras. Contas feitas pelo Departamento de Manutenção e Serviços Urbanos, já terão sido retirados 10.000 metros cúbicos nos últimos anos.

Há ainda uma parte que ainda precisa de ser limpa para que a areia fique visível, algum que atualmente não está: "Há anos removemos pedras das camadas superiores, mas os pedaços de entulho mais profundos e difíceis de remover continuam a aparecer", explica a autarquia.

"A intenção é remover o máximo possível de pedras, que reapareceram em Ondarreta nas últimas semanas devido às marés. Usaremos a retroescavadeira e a máquina de limpeza de pedras, que encherão os camiões com pedras para tratamento na estação de tratamento de resíduos da Ekotrade em Astigarraga", explica a autarquia, dando conta de que as máquinas vão escavar a uma profundidade de 40 centímetros para extrair o cascalho mais incómodo e visível.

O ano passado, foram removidas 182 toneladas de pedras e devolveram depois 132 toneladas de areia recuperada e que tinha sido misturada com resíduos. Em 2017, o processo realizado foi o mesmo.

Ao El País, uma residente explica qual é a experiência de visitar aquela praia: "Nadar deveria ser um prazer, mas aqui é um pesadelo. São tantas pedras que somos obrigados a ir até à área de Pico del Loro", uma zona de praia ao lado.

Leia Também: Pela praia? Atenção, "ondas muito energéticas" a partir de 3.ª-feira

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