Alemanha homenageia resistência antinazi e tentativa de homicídio de Hitler

A Alemanha prestou hoje homenagem à resistência antinazi por ocasião do aniversário da tentativa de homicídio de Adolf Hitler, a 20 de julho de 1944, por um grupo de oficiais alemães liderados pelo coronel Claus Schnenk von Staufenberg.

homenagem antinazi

© Christophe Gateau/picture alliance via Getty Images

Lusa
20/07/2025 15:35 ‧ há 4 horas por Lusa

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Alemanha

Um dos principais eventos teve lugar no memorial de Ploetzensee, junto a uma prisão onde os nazis assassinaram pelo menos 2.800 pessoas, incluindo muitos opositores.

 

O principal orador do evento foi o ator Mathias Brandt, filho do antigo chanceler alemão Willy Brandt, que trabalhou para a resistência a partir da Noruega e da Suécia, onde esteve exilado.

Brandt recordou como, após a guerra, foi necessário muito tempo para que o trabalho dos opositores de Hitler fosse reconhecido e como muitos tiveram de sofrer insultos por parte daqueles que ainda os consideravam "traidores da pátria".

"No início do pós-guerra, os homens e as mulheres da resistência foram apresentados como tendo demonstrado que era possível comportar-se de forma diferente da maioria. Para muitos, lidar com a resistência era também lidar com a sua própria indolência" perante a ditadura nazi, acrescentou.

"Estavam confortáveis com a ideia de que tinham feito parte de um povo seduzido que tinha sido entregue aos nazis sem saber o que se passava", salientou Brandt, que evocou a história do seu pai como parte da resistência contra Hitler e procurou fazer a ponte para o presente.

"Há mais de cinquenta anos, havia um chanceler que tinha sido inimigo de Hitler. E a sua história só foi possível porque um país, mais civilizado do que a Alemanha da altura, lhe deu asilo e uma nova pátria", afirmou.

O ministro da Cultura, Wolfram Weimer, também prestou homenagem aos conspiradores do 20 de julho, mas acrescentou que a resistência deve ser vista num sentido mais lato.

"No dia 20 de julho de 1944, pessoas corajosas enfrentaram a injustiça. Mas quando falamos de resistência, não devemos falar apenas dos conspiradores. As suas famílias também deram provas de coragem e muitas pagaram um preço elevado. Parentes que esconderam cartas e esposas que ficaram na prisão, mães que foram sujeitas a longos interrogatórios", afirmou.

"Não existem monumentos nem letras douradas para eles, os heróis silenciosos que, no entanto, marcaram a nossa história", acrescentou o governante.

Stauffenberg liderou a Operação Valquíria, que previa a prisão dos líderes nazis após a morte de Hitler, propondo um fim antecipado da Segunda Guerra Mundial.

O atentado, planeado para um dos quartéis-generais de Hitler, a Toca do Lobo (na atual Polónia), previa a colocação de uma mala de explosivos junto ao líder nazi.

A explosão acabou por causar apenas ferimentos ligeiros a Hitler e os principais responsáveis do atentado foram fuzilados pelas autoridades nazis.

Leia Também: Eurodeputado polaco alvo de processo na Polónia por negar o Holocausto

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