A comissão é composta por alguns dos elementos mais extremistas do executivo israelita, entre os quais o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que há meses classificam a procuradora como inimiga do Governo por se ter oposto a algumas das suas principais decisões.
A decisão, por unanimidade, será agora analisada pelo Conselho de Ministros israelita, que poderá agendar uma votação final sobre a questão, embora o Supremo Tribunal tenha já avisado que a deliberação não terá qualquer efeito enquanto não for avaliada a legalidade do procedimento, segundo noticiou o The Times of Israel.
Membros do Governo, como o ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, reagiram com satisfação à decisão de afastar a procuradora. "A questão está encerrada e vai concretizar-se. Na próxima semana, se Deus quiser, vamos fechar a porta a este departamento tão delirante e politizado, e mandá-la para casa com dignidade", escreveu numa mensagem publicada na sua conta da rede social X.
A procuradora conta, no entanto, com o apoio incondicional do presidente do país, Isaac Herzog, que esta semana classificou o processo da sua demissão como "um caos absoluto e uma montanha-russa sem travões".
"Todos atacam todos. Todos culpam todos. Todos se atacam mutuamente", afirmou num vídeo publicado esta segunda-feira, no qual descreveu "uma situação incrivelmente perigosa para o país".
"Gali Baharav-Miara tomou decisões muito corajosas em tempos de guerra, deu total apoio ao governo, ao gabinete, ao exército e aos serviços de segurança, com coragem e integridade", declarou ainda, antes de sublinhar o seu papel num sistema israelita "tão delicado, numa democracia onde cada passo deve ser ponderado mil vezes antes de ser dado", afirmou.
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