Os corpos de 17 palestinianos chegaram ao Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, depois de os soldados israelitas terem aberto fogo perto do posto de controlo militar de Zikim, localizado a norte da fronteira que divide o enclave, confirmou uma fonte do centro médico à agência de notícias EFE.
Milhares de palestinianos aproximaram-se deste posto de controlo após saberem que os camiões de ajuda estavam a dirigir-se para o local. Quando os veículos chegaram, pelo menos cinco destes foram saqueados, segundo testemunhas.
No sul de Gaza, no bairro saudita de Rafah, pelo menos dois palestinianos foram mortos a tiro perto do ponto de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), segundo uma fonte da morgue do Hospital al-Nasser.
Incidentes mortais como este repetem-se diariamente desde maio, quando esta organização privada começou a distribuir alimentos - de forma muito limitada - em instalações militarizadas.
As tropas israelitas estão estacionadas a apenas dois quilómetros de distância destes pontos de distribuição e, como revelou uma investigação recente do jornal Haaretz, recebeu luz verde para disparar sobre os palestinianos e dispersar a multidão.
No sábado, pelo menos 32 palestinianos foram mortos numa situação semelhante, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O exército israelita confirmou ter aberto fogo e disparado "balas de aviso" contra o grupo, de acordo com um comunicado militar.
Mais de 900 pessoas já morreram em Gaza enquanto estavam a tentar obter alimentos. A maioria das mortes aconteceu perto de instalações do GHF, de acordo com dados da ONU sobre esta organização apoiada pelos Estados Unidos e por Israel para impedir as operações humanitárias tradicionais lideradas pela ONU.
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