A violência entre grupos drusos e beduínos sunitas, que eclodiu a 13 de julho na região de Sweida, causou 940 mortos, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização sediada em Londres e com uma vasta rede de fontes em todo o país.
"Sweida foi evacuada de todos os combatentes tribais e os combates nos bairros da cidade cessaram", escreveu na plataforma de mensagens Telegram o porta-voz do Ministério do Interior sírio, Noureddine Al-Baba.
Estes confrontos provocaram cerca de 87 mil deslocados, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.
No sábado, as autoridades sírias anunciaram um cessar-fogo na província de Sweida e começaram a destacar forças com o objetivo de restaurar a paz.
O governo do presidente interino Ahmad al-Chareh já tinha enviado forças para Sweida na terça-feira, retirando-as após Israel bombardear vários alvos do governo em Damasco, alegando querer proteger a comunidade drusa e sentir-se ameaçado pela presença das forças governamentais sírias nesta região próxima da fronteira entre os países.
Posteriormente, foi concluído um cessar-fogo entre a Síria e Israel, sob a égide dos Estados Unidos.
No entanto, no sábado, durante o dia, num bairro da cidade, combatentes tribais, alguns com o rosto coberto, disparavam com armas automáticas, de acordo com imagens da agência France-Presse.
Na cidade de Sweida, vivem cerca de 100 mil pessoas, um quarto da população da região de Sweida, que faz fronteira, a sul, com a Jordânia.
Os drusos são uma minoria religiosa da Síria, que segue uma fé abraâmica que tem traços próximos do judaísmo e do cristianismo, mas com hábitos culturais árabes.
Mais de metade dos cerca de um milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos restantes reside no Líbano e em Israel, incluindo nos Montes Golã, território capturado por Israel à Síria na guerra do Médio Oriente de 1967 e anexado em 1981.
Após a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, surgiram preocupações quanto ao destino das minorias étnicas no país sob o novo governo de transição sírio, liderado por Ahmad al-Sharaa, um antigo líder rebelde islamita.
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