Epstein. Departamento de Justiça dos EUA pede libertação de informação

O Departamento de Justiça norte-americano solicitou hoje a um tribunal federal a divulgação das transcrições do júri no caso de Jeffrey Epstein, financeiro acusado de tráfico sexual num processo de que os apoiantes do Presidente exigem mais informação.

jeffrey epstein

© Getty Images

Lusa
19/07/2025 06:22 ‧ há 7 horas por Lusa

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O vice-procurador-geral Todd Blanche apresentou uma moção instando o tribunal a divulgar as transcrições do grande júri do caso, um dia depois de o Presidente Donald Trump ter instruído o Departamento de Justiça a fazê-lo.

 

A administração Trump tem estado sob críticas de apoiantes do Presidente desde que o Departamento de Justiça anunciou, na semana passada, que não divulgaria mais nenhuma prova em sua posse relativa à investigação de Epstein.

No sistema judicial norte-americano, compete a um grande júri determinar se há motivos suficientes para considerar que um crime foi cometido e que um determinado indivíduo deve ser formalmente acusado (indiciado).

Ao contrário dos jurados de um julgamento, o grande júri não determina a culpa ou inocência de um suspeito.

As transcrições do grande júri --- que podem revelar os depoimentos das testemunhas e outras provas apresentadas pelos procuradores --- raramente são divulgadas pelos tribunais, a menos que precisem ser reveladas em conexão com um processo judicial.

Mesmo com o apoio do Departamento de Justiça, uma decisão sobre o que pode ser divulgado e como proteger as testemunhas e outras informações confidenciais das vítimas poderá levar semanas ou meses de disputas legais, refere a agência AP.

Epstein foi preso e acusado pela justiça federal de Nova Iorque em 2019, por tráfico sexual, por indicação de um grande júri federal, que concluiu que havia causa provável para emitir acusações, descrevendo as acusações específicas de tráfico sexual e conspiração para cometer tráfico sexual.

O milionário aguardava julgamento por estas acusações federais quando se suicidou em agosto de 2019.

Após a morte de Epstein, a sua parceira Ghislaine Maxwell foi indiciada por um grande júri federal por acusações relacionadas com tráfico sexual e conspiração, decorrentes do seu papel em facilitar os abusos de Epstein, e foi posteriormente condenada em 2021.  

O caso Epstein tem sido marcado pelo sigilo em torno dos materiais do grande júri e outros arquivos de investigação, gerando pressão pública e política para a divulgação de mais informação sobre o caso, incluindo do próprio Presidente Donald Trump na campanha eleitoral de 2024.

O pedido do Presidente para divulgar as transcrições do grande júri surgiu depois de o The Wall Street Journal ter noticiado uma carta sexualmente sugestiva que afirma estar assinada por Trump e incluída num álbum de 2003 para o 50.º aniversário de Epstein.

Trump negou ter escrito a carta, chamando-a de "falsa, maliciosa e difamatória".

A Casa Branca tem insistido que tem sido transparente o caso Epstein, numa altura em que aumentavam as críticas da base de apoio do Presidente.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, destacou em conferência de imprensa na quinta-feira que a procuradora-geral Pam Bondi, e o diretor e vice-diretor do FBI (polícia federal) "passaram muitos meses a rever todos os ficheiros relacionados com Jeffrey Epstein e chegaram a conclusões com base no que encontraram no memorando que elaboraram e publicaram".

Leavitt referia-se às conclusões apresentadas pelo FBI e pelo Departamento de Justiça na semana passada, que são consistentes com as informações publicadas em fevereiro.  

As autoridades concluíram que Epstein não tinha uma lista de clientes e que se suicidou na prisão federal onde estava detido em agosto de 2019.

A decisão causou descontentamento entre os seguidores do movimento MAGA ["Make America Great Again", "Engrandecer de Novo a América", o principal 'slogan' de Trump], que constituem a base de apoio do republicano e acreditam firmemente numa teoria da conspiração que o próprio nova-iorquino ajudou a disseminar após perder as eleições de 2020.

Leia Também: Epstein. WSJ vai "defender-se vigorosamente" contra processo de Trump

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