Rusgas de imigrantes em LA geram confrontos entre autoridades e ativistas

Agentes armados dos Serviço de Imigração e Alfândegas dos Estados Unidos (ICE) realizaram esta sexta-feira uma série de rusgas de imigrantes em Los Angeles, gerando fortes confrontos com ativistas e membros da comunidade, que tentaram impedir detenções.

Rusgas de imigrantes em LA
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Lusa
07/06/2025 06:42 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Pelo menos três grandes rusgas contra a imigração ilegal foram registadas por defensores dos imigrantes em locais predominantemente hispânicos no centro da cidade.

 

"Alerta, a migra está em toda a Los Angeles esta sexta-feira", avisaram mensagens de texto distribuídas pela comunidade.

As operações foram apoiadas por agentes em uniformes camuflados e veículos blindados, que utilizaram gás para dispersar os manifestantes.

O FBI confirmou num comunicado a participação de agentes seus nas rusgas de imigração. Também foram vistos agentes com identificação da DEA, a unidade anti-droga da polícia norte-americana.

"O que estamos a ver é um ataque armado e terrorista coordenado, e não estou a exagerar nos adjetivos, porque o objetivo é criar terror através da detenção de trabalhadores", disse à agência EFE Ron Góchez, diretor da Unión del Barrio, uma organização que se tem dedicado a alertar para as operações do ICE.

As rusgas começaram às 07 da manhã de sexta-feira, com a detenção de vários jornaleiros, que procuravam trabalho numa conhecida loja de materiais de construção na zona de Westlake, uma área predominantemente centro-americana e mexicana.

Além disso, houve relatos de rusgas perto de várias escolas em Los Angeles. "Os pais receberam avisos sobre possíveis atividades dos agentes de imigração perto das escolas e tivemos de sair e manter-nos atentos", disse Góchez.

A Presidente da Câmara de Los Angeles, Karen Bass, declarou num comunicado que está "profundamente indignada" com as operações.

"Estas táticas semeiam o terror nas nossas comunidades e perturbam os princípios básicos de segurança e proteção na nossa cidade. Não vamos tolerar isto", acrescentou a democrata, afirmando estar em contacto com organizações de defesa dos imigrantes para apoiar a comunidade afetada.

As autoridades municipais estão, porém, a ser criticadas pela presença de agentes do Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD, na sigla em inglês) em, pelo menos, um dos locais onde ocorreram as detenções.

Em resposta, o chefe do LAPD, Jim McDonnell, declarou que o departamento não se envolverá "em qualquer tipo de deportação em massa", nem tentará determinar o estatuto de imigração de ninguém.

Esta é a maior operação simultânea a ocorrer em Los Angeles desde que Donald Trump chegou à Casa Branca com a promessa de deportações em massa.

Nas últimas semanas, a Administração republicana efetuou várias alterações ao ICE para promover mais detenções. O objetivo do executivo norte-americano é efetuar, pelo menos, 3.000 detenções por dia, mas as detenções de trabalhadores que não representam um risco para a comunidade começaram a gerar muitas reações negativas.

Centenas de imigrantes são hoje esperados numa caminhada de três dias entre a cidade de Vacaville e a capital do estado da Califórnia, Sacramento, em protesto contra as deportações que estão a acontecer nos Estados Unidos da América.

"Estamos a responder aos ataques de Trump", disse à Lusa Renee Saucedo, responsável da associação que está a coordenar a iniciativa, Coligação do Norte da Califórnia para uma Reforma Imigratória Justa (NCCJIR, na sigla inglesa).

"Acreditamos que é necessário conduzir uma ação dramática como esta para mostrar a urgência" do problema, referiu. "A situação inclui pessoas tão aterrorizadas que não saem de casa. As deportações estão a causar sofrimento emocional porque as pessoas têm medo de serem separadas dos seus, incluindo filhos ou pais".

Mais de 200 pessoas são esperadas na iniciativa, incluindo imigrantes sem documentos. "Eles são os líderes da caminhada", apontou Renee Saucedo. "Estamos confiantes de que as suas vozes serão ouvidas, porque são aqueles que têm mais a ganhar e mais a perder".

Leia Também: Bruxelas apoia plano português para expulsar imigrantes ilegais

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