No dia em que as trocas de críticas e acusações entre o Presidente dos Estados Unidos (EUA) e o empresário Elon Musk sobre o plano orçamental ocupava toda a atenção mediática, Hakeem Jeffries evitou falar diretamente desta disputa, mas assegurou que os democratas no Congresso vão "manter a pressão sobre os republicanos da Câmara e do Senado para que façam a coisa certa, (...) o que significa votar contra o projeto de lei".
A proposta orçamental, aprovada pela Câmara dos Representantes e agora em discussão no Senado --- ambas com maioria republicana --- procura alargar as isenções fiscais do primeiro mandato de Trump (2017-2021) e incluir promessas de campanha como isenções de impostos sobre gorjetas e horas extraordinárias, ao mesmo tempo que aumenta as despesas para apertar o controlo sobre a imigração e corta vários programas de segurança social.
Os elevados custos do projeto de lei suscitaram críticas do empresário e antigo aliado de Trump, Elon Musk, que se queixou de que a proposta orçamental prejudica o seu trabalho para reduzir o desperdício de financiamento federal, como líder do controverso Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), do qual se demitiu em maio.
"Concordámos com Musk quando disse que o projeto de lei é uma abominação repugnante. Concordámos com Musk quando disse que o golpe fiscal do Partido Republicano poderia levar o nosso país à falência", disse Jeffries.
No entanto, o líder da minoria democrata na Câmara recusou-se a responder se o seu partido voltaria a trabalhar com Musk, após o apoio que este demonstrou ao líder republicano durante a campanha de reeleição e os primeiros meses do seu segundo mandato, que teve início em janeiro passado.
Antes de se tornar o maior doador de Trump na sua corrida para regressar à Casa Branca, Musk doou avultadas ajudas financeiras ao Partido Democrata, com o qual esteve alinhado durante vários anos, apesar de estar registado como eleitor independente.
Nos últimos dias, a relação próxima com o Presidente republicano sofreu um profundo golpe, depois de Trump ter reagido à rejeição pública de Musk ao projeto de lei defendido pela Casa Branca.
A troca de críticas e de acusações foi feita sobretudo através das redes sociais, com Trump a ameaçar suspender os contratos governamentais multimilionários de Musk e com este a afirmar que o Presidente norte-americano constava nos chamados "arquivos Epstein", documentos relacionados ao caso do magnata Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais e tráfico de menores.
Elon Musk também alegou que sem o seu apoio Donald Trump não teria ganho as eleições presidenciais de 2024.
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