A Presidência do Peru informou em comunicado que a entrega da licença teve lugar em Chancay, localidade situada a cerca de 80 quilómetros a norte de Lima, capital do Peru, e que "o mega-porto iniciou oficialmente as suas operações comerciais".
O comércio gerado neste terminal portuário contribuirá com 1,8 pontos percentuais para o produto interno bruto (PIB) peruano, o equivalente a cerca de 4.500 milhões de dólares ou 3.934 milhões de euros, e gerará 7.000 empregos, diretos e indiretos, segundo o texto.
"Chancay simboliza o que podemos conseguir como país quando unimos forças, quando o Estado e o investimento privado trabalham de forma responsável, com uma visão e um compromisso a longo prazo", afirmou ainda a Presidência peruana.
A utilização deste porto reduz o tempo de transporte marítimo para a Ásia de 35 para 25 dias, o que diminui os custos logísticos e justifica o investimento chinês, ao mesmo tempo que aumenta a competitividade dos produtos peruanos, uma perspetiva assinalada por Lima.
"Chancay tornar-se-á uma placa giratória estratégica na rede comercial do Pacífico. Nesse sentido, convido os vizinhos da região a utilizarem o nosso porto de Chancay para reforçar o seu comércio com o mercado asiático", afirmou a Presidência.
O funcionamento do porto, assinalou ainda Boluarte, "é o início de uma nova etapa, em que o desenvolvimento não se fica pelos números, mas se traduz em realidades" a favor da população peruana.
O Presidente peruana visitou as instalações de Chancay juntamente com o ministro dos Transportes e Comunicações, César Sandoval; o presidente da Autoridade Portuária Nacional (APN), Juan Carlos Paz; e o diretor-geral da empresa concessionária, listada em Hong Kong, Cosco Shipping Ports, Chen Lihui.
O porto foi inaugurado em novembro passado, num ato no Palácio do Governo, em Lima, por Boluarte e pelo Presidente da China, Xi Jinping, que se deslocou à capital peruana para participar na cimeira de líderes da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).
Em março, fontes chinesas informaram que a rota marítima direta entre Chancay e a cidade chinesa de Xangai tinha movimentado 22.000 toneladas de carga nos seus primeiros dois meses de funcionamento.
A rota iniciou as operações preliminares em 18 de dezembro de 2024, com duas viagens semanais que reduziram o tempo de transporte entre o Peru e a China de mais de um mês para cerca de 23 dias.
Também permitiu uma redução de, pelo menos, 20% nos custos do transporte marítimo, que teve entre os seus principais produtos as exportações chinesas de automóveis e as importações peruanas de frutas e farinha de peixe.
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