Centros de ajuda em Gaza apoiados pelos EUA fechados temporariamente

Os centros de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiados pelos EUA e Israel, fecharam hoje temporariamente no território palestiniano, onde as estradas que levam aos locais de distribuição se tornaram "zonas de combate", alertou o exército israelita.

gaza

© Ahmed Jihad Ibrahim Al-arini/Anadolu via Getty Images

Lusa
04/06/2025 18:44 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Após quase 20 meses de uma guerra devastadora, desencadeada pelo ataque do Hamas a 07 de outubro de 2023 em Israel, a Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou hoje a morte de 12 pessoas, entre as quais mulheres e crianças, num ataque israelita ao amanhecer a oeste de Khan Yunis (sul).

 

Quatro outras pessoas foram mortas em bombardeamentos noutras áreas do território palestiniano, de acordo com a mesma fonte.

Após uma série de eventos caóticos e mortíferos nos últimos dias nas proximidades das suas instalações, a GHF justificou o encerramento de um dia por "trabalhos de renovação, reorganização e melhoria da eficiência".

O Conselho de Segurança da ONU deve pronunciar-se ainda hoje à noite sobre um projeto de resolução que exige "um cessar-fogo imediato e permanente" e o "levantamento de todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza e a sua distribuição segura e sem entraves em grande escala", incluindo pelas Nações Unidas, segundo o texto.

No entanto, a resolução deverá ser vetada novamente pelos Estados Unidos, principal aliado e fornecedor de armas de Israel, apesar da crescente pressão internacional sobre este país para pôr fim à guerra no território palestiniano devastado pelos bombardeamentos, onde cerca de 2,4 milhões de habitantes estão ameaçados de fome, segundo a ONU.

Após o levantamento muito parcial de um bloqueio total imposto por Israel durante mais de dois meses, privando os habitantes de Gaza de qualquer ajuda humanitária, a GHF começou a distribuir pacotes de refeições a 27 de maio. Mas a sua implementação foi marcada por cenas caóticas acompanhadas de violência mortal nas proximidades dos seus centros.

A ONU recusa-se a trabalhar com esta organização devido a preocupações com os seus procedimentos e neutralidade.

Na terça-feira, 27 pessoas a caminho do centro da GHF em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, foram mortas quando soldados israelitas abriram fogo "sobre milhares de civis" reunidos a várias centenas de metros, segundo a Defesa Civil.

O exército israelita, que acusa o movimento islamita palestiniano Hamas de fazer tudo para impedir as distribuições da GHF, indicou que "os soldados dispararam tiros de advertência [...] contra suspeitos que se aproximavam de uma forma que colocava em risco a sua segurança", afirmou ter aberto uma investigação para "esclarecer totalmente" os factos.

Londres apelou hoje a uma "investigação imediata e independente", fazendo eco de um pedido nesse sentido do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

O chefe dos assuntos humanitários da ONU, Tom Fletcher, considerou que estes dramas eram "o resultado de uma série de escolhas deliberadas" de Israel que, em meados de maio, intensificou a ofensiva na Faixa de Gaza, com o objetivo declarado de libertar os últimos reféns ainda em poder do Hamas, assumir o controlo de todo o pequeno território encravado entre Israel, o Egito e o Mediterrâneo, e aniquilar o Hamas, que assumiu o poder em 2007.

O ataque de 07 de outubro causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da agência noticiosa France-Presse (AFP) baseada em dados oficiais.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 57 ainda estão detidas em Gaza, incluindo pelo menos 34 mortas, de acordo com as autoridades israelitas.

Mais de 54.607 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos na campanha militar de retaliação israelita, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

Leia Também: ONU condena "escolha deliberada" de Israel de privar habitantes de Gaza

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