"A fazer tudo". Ucrânia vai enviar delegação para negociar com a Rússia

A Ucrânia vai enviar uma delegação a Istambul para uma nova ronda de negociações de paz diretas com a Rússia na segunda-feira, anunciou, este domingo, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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Lusa
01/06/2025 13:51 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

A delegação será chefiada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, disse Zelensky numa mensagem nas redes sociais citada pela agência norte-americana Associated Press (AP).

 

Umerov já tinha liderado a delegação ucraniana à primeira ronda de negociações em maio, também em Istambul.

Zelensky disse que as prioridades da Ucrânia são obter "um cessar-fogo completo e incondicional", segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Referiu também como prioridades o "regresso dos prisioneiros" e das crianças ucranianas que Kyiv acusa Moscovo de ter raptado.

"Estamos a fazer tudo para proteger a nossa independência, o nosso Estado e o nosso povo", acrescentou.

Kyiv tinha pedido a Moscovo que apresentasse, antes da reunião, um memorando com a posição russa sobre o fim da guerra de mais de três anos.

A Rússia respondeu que partilhará o memorando durante as conversações na cidade turca.

As delegações russa e ucraniana já mantiveram conversações em Istambul, em 16 de maio, com o objetivo de pôr fim à guerra desencadeada pela invasão russa de fevereiro de 2022.

Mas a reunião não foi muito frutífera, com os dois países a concordarem apenas com uma troca limitada de prisioneiros.

A Rússia propôs uma nova reunião em Istambul na segunda-feira, mas a Ucrânia deixou em dúvida a sua participação até hoje.

Na sexta-feira, Zelensky acusou Moscovo de ter arruinado as negociações, ao recusar-se a transmitir antecipadamente o memorando com as condições para um acordo de paz.

Apesar dos esforços diplomáticos, a Ucrânia e a Rússia têm posições opostas.

Em particular, a Rússia exige que a Ucrânia renuncie definitivamente à adesão à NATO e entregue as cinco regiões que alega ter anexado.

Depois de ter anexado a Crimeia em 2014, Moscovo declarou em setembro de 2022 como fazendo parte da Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

As condições de Moscovo são inaceitáveis para Kyiv, que, em contrapartida, exige a retirada definitiva das tropas russas do território da Ucrânia.

Moscovo também recusa o cessar-fogo incondicional exigido pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e pelos aliados europeus de Kyiv.

Zelensky aludiu também ao caráter preparatório da reunião, argumentando que "as principais questões" do conflito só podem ser resolvidas "entre líderes", num novo apelo a uma reunião presencial com o Presidente russo, Vladimir Putin.

O líder ucraniano já tinha proposto anteriormente uma reunião a Putin, mas o Presidente russo não lhe deu seguimento.

A delegação russa, tal como em maio, será chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, e partiu hoje para Istambul, segundo a agência noticiosa estatal TASS.

Representantes dos Estados Unidos, da Alemanha, da França e da Grã-Bretanha também estarão em Istambul na segunda-feira, segundo anunciou o enviado especial norte-americano Keith Kellog.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e ocupa atualmente cerca de 20% do país vizinho.

A guerra já custou dezenas de milhares de vidas civis e militares de ambos os lados.

[Notícia atualizada às 16h33]

Leia Também: Pelo menos 12 soldados mortos em ataque russo a local de treino ucraniano

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