Foi no início desta semana que a TVI tornou público um comunicado através do qual revelava ter desistido da produção, anteriormente anunciada, de um documentário baseado em livro de Rúben Pacheco Correia
"A TVI não irá avançar com a produção do documentário 'Rabo de Peixe - Toda a Verdade', baseado no livro com o mesmo nome, da autoria de Ruben Correia.
A estação decidiu rever a sua posição, após analisar o contexto contratual pretendido pelo autor, em particular, as contrapartidas não financeiras", anunciou o canal, que já tinha avançado e exibido a "reportagem/síntese da obra".
As declarações da TVI davam a entender que teria sido o canal a desistir da negociação, porém o autor açoriana diz precisamente o contrário. Rúben Pacheco Correia quebrou o silêncio sobre o caso ao marcar presença no podcast 'Prova Oral', de Fernando Alvim.
"A TVI quebrou uma espécie de negociação que estava a fazer contigo alegando que pediste demais nessa negociação", referiu Alvim ao procurar uma explicação sobre a polémica.
"Bom, eu pedi um carro, uma casa e uma namorada. E eles não me deram. Queriam dar a namorada e não me queriam dar o carro e a casa. Eu estou a brincar", começou por reagir em tom de brincadeira.
"Nunca foi uma questão de dinheiro, foi uma questão sempre de garantir o meu envolvimento no documentário até ao fim. Foi um projeto que eu comecei sozinho, desde a primeira palavra que escrevi neste livro. A investigação foi feita e paga por mim completamente, só depois é que a TVI apareceu na operação quando o processo já estava todo concluído da parte da investigação e do documentário também", explicou.
A estudar direito atualmente, Rúben Pacheco Correio mencionou termos referentes ao negócio jurídico e mais concretamente à aceitação tácita - que a TVI acabou por fazer relativamente às suas exigências, voltando depois atrás.
"Quando fui ter com a TVI perguntaram-me o preço, o valor e as condições que eu tinha para o documentário e apresentei por escrito todas as condições. A TVI não respondeu. Viu e não respondeu. E anunciou, uma semana depois, o documentário no lançamento do meu livro e, portanto, tacitamente, aceitou aquela proposta."
Rúben Pacheco Correia, conta, apenas na passada semana recebeu um contrato do canal quatro, e foi nessa altura que percebeu que as suas exigências não seriam atendidas e decidiu não aceitar a proposta e terminar as negociações.
"Na semana passada fiquei surpreendido com a proposta da TVI, muito inferior às condições que eu tinha apresentado. Se a TVI achava que não cumpria com as condições para o projeto e para o autor, não teria anunciado o documentário sem antes ter garantido que eu iria aceitar aquelas condições.
Portanto, senti-me na legitimidade de não aceitar a proposta da TVI. Não foi a TVI que recusou, eu não aceitei e encontrei noutra estação televisiva uma proposta que é melhor para mim e é melhor para o projeto, neste caso a CMTV. Que anuncio aqui em primeira mão que irá emitir o documentário", disse, anunciando que irá agora trabalhar com o canal de televisão concorrente.
Fernando Alvim não resistiu em perguntar se Rúben terá na CMTV as condições e valores exigidos. "A CMTV dá-me o valor que eu queria, mas mais do que o valor, dá-me as condições para estar envolvido no documentário até ao fim, até à emissão do documentário, que é isso que é importante para mim", terminou, deixando clara a sua posição.
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