Rodrigo Mora foi uma das figuras do FC Porto na reta final da última temporada. Figura de proa de uma equipa que não somava as melhores prestações dentro de campo, o jovem destacou-se nos dragões e até esteve presente na fase final da Liga das Nações.
No entanto, a chegada do espanhol Gabri Veiga, uma das contratações para a nova época, aliada à mais do que provável contratação do dinamarquês Victor Froholdt - e com o propalado interesse em Kenneth Taylor, um pedido expresso de Francesco Farioli - Rodrigo Mora pode estar destinado a um papel secundário no esquema do novo treinador do FC Porto.
Apesar desta revolução promovida pela SAD liderada por André Villas-Boas no setor intermediário, Israel Dionísio, treinador com larga ligação aos escalões de formação do FC Porto, acredita que Rodrigo Mora tem tudo para brilhar, esta temporada.
Em entrevista exclusiva concedida ao Desporto ao Minuto, Israel Dionísio sublinha que uma eventual saída de Rodrigo Mora neste mercado de verão - existe um alegado interesse do Paris Saint-Germain - não será benéfica para o jovem, aconselhando-o a ficar, pelo menos, mais uma temporada ao serviço do emblema da cidade Invicta.
"Uma das razões para que ele tenha conseguido ter o espaço que teve, na época passada, foi pelo facto de o FC Porto não ter estado no nível a que costuma estar. À partida, um jogador como ele iria ser utilizado em 10/15 minutos. Como o FC Porto estava frágil, ele acabou por ser lançado mais tempo. A meritocracia acabou por ser conseguida por ele. Ele acabou por conquistar os minutos que teve e conseguiu ter uma papel preponderante", começou por dizer o treinador português, de 50 anos, esclarecendo que a chegada de Gabri Veiga não irá retirar espaço ao jovem jogador.
"Não sei se vai ser ou não preponderante na nova época, ainda não conseguimos ver isso. Há uma mudança no FC Porto, novas ideias. Mas acho que o Rodrigo Mora continua a ter espaço no onze por mérito próprio. Os plantéis são sempre construídos com 22 jogadores, dois por cada posição, e o FC Porto não vai fugir à regra. Depois disso, o espaço e os minutos que cada jogador vai tendo tem a ver com o mérito e tudo o que vai fazendo durante a semana de treino. A chamada do Rodrigo à seleção nacional é reconhecimento de um potencial muito grande. Acredito que pode ser um ano muito melhor para ele. É uma forma de ele cimentar o que tem feito até agora. Na posição em que o Mora joga, o jogador tem de ser muitas vezes sustentado com mais qualidade para a bola chegar lá em condições. Vê-se que o FC Porto está a contratar muito e pode ser um ano para continuar o processo de exponenciar as capacidades do Mora", prosseguiu.
A atribuição da camisola 10 ao espanhol Gabri Veiga surpreendeu tudo e todos, porque se esperava que fosse Mora a assumir essa responsabilidade. Ainda assim, Israel Dionísio rejeita a ideia de que o número nas costas possa ser indiciador de alguma coisa.
"Isso é um pouco subjetivo. Para desmitificar um bocadinho do que é camisola 10, o jogador pode ter preferência o número que tem. O lugar e o tempo de jogo vão sendo conquistados. Não vou falar em certezas, porque é muito subjetivo, mas eu acredito muito no potencial do Rodrigo. Conseguiu o que conseguiu na última época com uma idade muito prematura, com muitos fatores que o ajudaram, mas, sobretudo, por mérito próprio. Sustentado por mais qualidade, que é o FC Porto pretende fazer neste momento, ainda vai ser um melhor ano para o Rodrigo Mora aparecer", frisou o técnico.
Recentemente, falou-se do possível interesse do Paris Saint-Germain em Rodrigo Mora, onde o jovem português encontraria os compatriotas Nuno Mendes, João Neves, Vitinha e Gonçalo Ramos. Porém, Israel Dionísio aconselha o criativo luso a ficar na cidade Invicta.
"Se estivesse no lugar do Rodrigo, se calhar, não sairia. Mas isso depende sempre de como estamos, se nos sentimos bem dentro do clube. Continuo a achar que este é um bom ano para o Mora ficar no clube, até por todos os fatores que já falei. Para o ano, se calhar a saída poderá ser iminente. Se esta época ele mantiver o nível que conseguiu anteriormente, é sempre uma venda que tanto o clube como o jogador querem. Acho que não é o momento de ele sair. Muitas das vezes, depende de números, da situação do jogador. A ser uma venda neste momento, é uma venda precoce por parte do FC Porto", finalizou.
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