O Manchester United partiu para o mercado de transferências de verão empenhado em levar a cabo uma autêntica 'revolução' no plantel principal, na sequência de uma temporada (muito) aquém das expetativas, que culminou no 15.º lugar da Premier League, apenas três acima da 'linha de água', a pior posição registada nos últimos 50 anos.
O treinador português Ruben Amorim exigiu reforços, mas a verdade é que, no arranque da pré-temporada (o primeiro encontro de cariz particular resultou num empate sem golos, perante Leeds United, equipa recém-promovida ao principal escalão do futebol inglês, na Strawberry Arena, na cidade sueca de Solna), mas a verdade é que, até ao momento, poucas são as 'caras novas' que são vendo, em Old Trafford.
O internacional brasileiro Matheus Cunha foi contratado ao Wolverhampton, de Vítor Pereira, a troco de uma verba na ordem dos 75 milhões de euros, e o paraguaio Diego León chegou proveniente do Cerro Porteño, por quatro milhões de euros. O homem que se segue será, ao que tudo indica, Bryan Mbeumo, na sequência de um autêntico 'braço de ferro' com o Brentford.
Os londrinos fizeram, desde bem cedo, saber que só estariam dispostos a abrir mão do avançado camaronês por cerca de 70 milhões de libras (80,7 milhões de euros). Os red devils, por seu lado, responderam assegurando que não iriam entrar em 'loucuras', estabelecendo os 55 milhões de libras (63,4 milhões de euros) como 'teto' máximo.
No entanto, os bees não cederam, pelo que o diretor executivo, Omar Berrada, não teve alternativa a não ser quebrar a 'regra de ouro' que levara consigo desde os tempos em que ocupara o mesmo cargo, no eterno rival, o Manchester City, e encabeçava as negociações com a ajuda do diretor desportivo, Txiki Begiristain, seu 'braço direito'.
Tal como escreve, este domingo, o jornal britânico Mirror, no Etihad Stadium, o espanhol fez questão de nunca ir contra os limites por si próprio impostos, por muita qualidade que tivessem as estrelas requisitadas pelo compatriota Pep Guardiola. Uma política que levou, inclusive, a que visse 'escapar' muitas delas.
Os citizens recusaram, por exemplo, pagar ao Southampton 75 milhões de libras (86,5 milhões de euros) por Virgil van Dijk, em 2018. Um valor que, no entanto, o Liverpool não hesitou em desembolsar, para, na altura, transformar o internacional neerlandês (que permanece em Anfield, até aos dias de hoje) no mais caro defesa-central da história do futebol mundial).
Uma história que se repetiu, por exemplo, com jogadores como Paul Pogba (trocou a Juventus pelo Manchester United, por 105 milhões de euros), Harry Maguire (trocou o Leicester City pelo Manchester United, por 87 milhões de euros), Fred (trocou o Shakhtar Donetsk pelo Manchester United, por 59 milhões de euros) ou Jorginho (trocou o Napolo pelo Chelsea, por 57 milhões de euros).
No Manchester United, Omar Berrada procurou impor o mesmo tipo de rigor financeiro, mas tal não tem sido possível, pelo que o clube não tem tido alternativa a não ser pagar, a 'peso de ouro', os reforços exigidos desde a chegada de Ruben Amorim, proveniente do Sporting, em novembro de 2024.
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