O Benfica emitiu um comunicado, este sábado, a lamentar os contornos de um "colossal erro de avaliação e julgamento" na final da Taça de Portugal, conquistada pelo Sporting (1-3 após prolongamento), no passado dia 25 de maio, pedindo mesmo a "suspensão imediata de todos os elementos envolvidos" no mediático pisão de Matheus Reis a Andrea Belotti.
A polémica 'renasce' por via do acórdão divulgado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), onde são vincadas as posições de Tiago Martins (VAR) e dos assistentes Vasco Santos e Sérgio Jesus na análise ao lance, cuja decisão não foi integralmente transmitida ao árbitro Luís Godinho. O trio da sala de videoarbitragem da Cidade do Futebol começou por considerar que não havia intenção de agressão, até que Tiago Martins viria a concluir que o defesa do Sporting deveria ser expulso com vermelho direto, perante um rol de questões e hesitações entre os presentes, mas o VAR acabou por não se intrometer num jogo que já houvera reiniciado.
As águias consideraram, assim, que "a verdade desportiva foi gravemente adulterada" e "privaram o Benfica de um título que era seu por mérito", lançando questões à "credibilidade" do futebol português, apoiando-se na equipa jurídica do clube.
Entre várias solicitações, o Benfica solicitou a "divulgação pública dos áudios do VAR" da final da prova-rainha, que já havia sido requerida um dia após o dérbi, para além de um pedido de "pronúncia pública por parte do Conselho de Arbitragem" a propósito do polémico lance que aconteceu em tempo de descontos, numa altura em que o emblema da Luz vencia por 1-0, antes de ver o Sporting 'forçar' o prolongamento, por intermédio de Viktor Gyokeres, em busca da dobradinha.
"O Sport Lisboa e Benfica continuará a exigir respostas, transparência e responsabilização. O silêncio e a inação não servem o futebol português. A verdade desportiva exige compromisso, coragem e consequências", rematou a direção encabeçada por Rui Costa.
Confira o comunicado na íntegra:
"Em face do recente acórdão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, fica claro que a verdade desportiva foi gravemente adulterada na final da Taça de Portugal 2024/25.
O conteúdo da decisão confirma, de forma inequívoca, que os erros cometidos pelo VAR Tiago Martins e pelos AVAR Vasco Santos e Sérgio Jesus tiveram impacto direto no resultado da partida e colocaram em causa a integridade da competição.
Sem meias-palavras: esses erros privaram o Benfica de um título que era seu por mérito e desempenho estritamente desportivo.
Estes factos não podem ser relativizados, ignorados ou branqueados. O Sport Lisboa e Benfica exige a suspensão imediata dos quadros da arbitragem de todos os elementos envolvidos neste colossal erro de avaliação e julgamento.
Quem demonstra tamanha incompetência e falta de critério não pode continuar a intervir em jogos profissionais. A sua continuidade em funções seria um insulto ao futebol português e à sua credibilidade.
O Clube informa ainda que, com o apoio da sua equipa jurídica, está já a trabalhar noutras ações no âmbito da justiça desportiva, tanto em território nacional como internacional, para garantir que este caso não fica sem consequências exemplares.
O Sport Lisboa e Benfica tudo fará – dentro dos canais legais e institucionais – para defender os interesses do Clube, os princípios da competição e o respeito pelos seus adeptos.
A verdade desportiva não se contorna nem se arquiva. Defende-se, sem hesitações.
Em face do exposto, perante tudo o que sucedeu no final da época passada e o arranque de uma nova temporada, o Sport Lisboa e Benfica exige esclarecimentos urgentes e que se assumam responsabilidades.
Nesse sentido, o Clube dirige publicamente as seguintes questões às entidades que tutelam o futebol português:
- Para quando uma pronúncia pública por parte do Conselho de Arbitragem sobre os acontecimentos que marcaram a final da Taça de Portugal?
- Que consequências concretas retiram os responsáveis do futebol português face à gravidade deste caso?
- Que conclusões tira a Federação Portuguesa de Futebol de uma reforma da arbitragem apresentada como resposta à exigência de mudança, mas que se revela claramente insuficiente perante os desafios do futebol moderno?
- Para quando a divulgação pública dos áudios do VAR relativos à final da Taça de Portugal, formalmente requerida pelo Sport Lisboa e Benfica no passado dia 26 de maio?
- Haverá, de facto, consequências para erros que não se limitam à negligência, mas que podem revelar indícios de dolo?.
O Sport Lisboa e Benfica continuará a exigir respostas, transparência e responsabilização. O silêncio e a inação não servem o futebol português. A verdade desportiva exige compromisso, coragem e consequências".
[Notícia atualizada às 12h19]
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