"Aquilo que fui dizendo nesta trajetória foi que não temos medo de ninguém, mas respeitamos muito toda a gente", declarou o selecionador português, Bino Maçães, após a comitiva lusa ter aterrado no Aeroporto Humberto Delgado, ao início da tarde.
O treinador disse não ter sentido que o título estava mais próximo depois de Portugal ter ultrapassado a Itália, campeã europeia em título, nas meias-finais (4-3 nas grandes penalidades, após um empate a dois golos).
"Não, nunca sentimos isso, até porque não é essa a nossa forma de pensar. A Itália foi, de facto, a equipa que nos criou mais problemas. Têm uma forma de jogar diferente e tivemos também sorte nas grandes penalidades. Depois de passarmos esse jogo, já tínhamos um conhecimento mais profundo da França, porque já tínhamos empatado com eles", recordou Bino Maçães.
O selecionador português realçou a dificuldade do feito face ao valor do opositor que derrotaram na final (3-0): "A França não tinha perdido nesta trajetória com ninguém. Aliás, tinham vencido todos os jogos e só perderam e empataram connosco, por isso, tivemos de ser um adversário muito forte. Felizmente, conseguimos preparar bem as coisas e estivemos fantásticos no final", constatou.
Rafael Quintas, capitão de equipa e distinguido como melhor jogador da competição, reconheceu o marco que esta conquista terá no futuro das carreiras de todos os elementos da equipa portuguesa.
"É incrível para nós, jogadores, para o staff e, é claro, acho que vai nos ajudar a dar um bom salto. Temos de continuar humildes e a trabalhar, porque sem isso não chegaremos muito longe. Não foi fácil, mas foi muito bom tê-los capitaneado, porque são incríveis, são pessoas incríveis e ajudam sempre", elogiou o médio de 17 anos.
Bernardo Lima, que formou parceria de sucesso com Rafael Quintas no meio-campo português, destacou o papel de Bino Maçães na liderança que levou a equipa a essa importante conquista.
"O discurso do 'mister' foi igual em todos os jogos, não foi na final que foi diferente. Tentou-nos passar sempre a mesma mensagem - para estarmos tranquilos, serenos, fazermos o nosso jogo e acreditarmos uns nos outros, porque se não acreditamos em nós, ninguém acredita. O 'mister' sempre gostou que acreditássemos em nós e acho que é o mais importante", revelou o jovem campeão europeu.
Romário Cunha, o guarda-redes português, que defendeu três grandes penalidades já depois de ter defendido uma outra no tempo regulamentar da meia-final contra a Itália, partilhou com toda a equipa os méritos pelo título europeu.
"Fomos todos heróis, todos. Foi muito bom esse jogo, tal como foi o jogo contra a Alemanha, foi uma viragem, a equipa cresceu rapidamente, foi incrível. Marcou muito o nosso percurso no Europeu", sublinhou o guardião ligado ao Sporting de Braga.
A seleção portuguesa assegurou, no domingo, o sétimo troféu continental, depois das conquistas de 2016 e 2003, estes já em sub-17, e 2000, 1996, 1995 e 1989, como sub-16.
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