Benfica e Sporting defrontam-se no sábado, pelas 18h00, no Estádio da Luz, naquele que promete ser um dos maiores jogos em Portugal dos últimos anos. Isto acontece porque os rivais da capital portuguesa decidem o título de campeão nacional nesta penúltima jornada da I Liga.

Ambas as equipas encontram-se em igualdade pontual antes do dérbi, com uma vitória por dois ou mais golos a dar o troféu aos encarnados, sendo que uma vitória do Sporting entrega o 'caneco' aos leões. Por sua vez, um empate atira as decisões para a última jornada.

Ao longo dos próximos dias, o Desporto ao Minuto vai contar com os testemunhos e os prognósticos de vários antigos jogadores de Benfica e Sporting, sendo que esta quarta-feira é a vez de Carlos Xavier fazer a antevisão o dérbi, depois de Álvaro Magalhães.

Em entrevista exclusiva, o antigo jogador dos leões, clube pelo qual venceu um campeonato nacional, em 1981/82, afirma que Rui Borges não pode jogar para o empate e refere que fator casa dá favoritismo aos encarnados.

Quem está mais forte neste momento? Benfica ou Sporting?

Neste momento não se pode dizer quem está mais forte. Estão os dois muito iguais, quer na classificação, quer nos golos. O Benfica joga em casa, tem um grau de favoritismo um pouco maior, mas nestas alturas não há realmente como distinguir quem está por cima. O Sporting joga com dois resultados, o Benfica só joga com um, mas não vejo nenhuma vantagem nem para um clube nem para outro.

Que pecado Rui Borges não pode cometer neste dérbi?

Para já, Rui Borges tem de ter sorte de ter todos os jogadores disponíveis e depois não pode cometer o erro de jogar para o empate, sabemos que, nestes jogos, quem joga para empatar, perde sempre. Acredito que a equipa vai entrar com uma mentalidade para ganhar e para resolver o campeonato já no sábado. É esse mote que ele tem de dar à equipa e não jogar para empatar.

Como avalia a gestão feita pelo treinador no que diz respeito aos cartões amarelos? 

Acho que esteve bem. Todos prevíamos isso, não contando com a dificuldade que tiveram frente ao Gil Vicente, que foi um jogo muito difícil, um dos mais difíceis que o Sporting teve durante a época, e quando essas equipas se colocam em vantagem, ainda se fecham mais. Foi mesmo um osso muito duro de roer e teve de se recorrer do Hjulmand para organizar o meio-campo do Sporting, que estava com poucas ideias. Mexeu bem na equipa e foi um sucesso.

Quem é o jogador que poderá ser, de facto, decisivo neste dérbi?

Decisivo? São todos. Mas o jogador que tem estado em maior evidência e que resolve mais jogos é o Gyokeres. mas há outros que podem fazer a diferença, porque já o fizeram anteriormente, o próprio Geny Catamo, contra o Benfica, tem sempre a estrelinha. Qualquer um serve. Se é para ganhar, qualquer um serve.

A pressão existe mesmo neste tipo de jogos ou entrando em campo tudo isso desaparece? 

Pressão há sempre. Também há ansiedade. É uma semana que corre de maneira diferente das outras por ser um dérbi, onde o treinador pouco ou nada intervém, porque a moral está lá em cima. Os jogadores estão com muita ansiedade para estes jogos, que são chamados jogos grandes e mostram realmente o seu valor. Mas obviamente que, quando o árbitro apitar, o nervosismo desaparece.

Que impacto este jogo decisivo no campeonato pode ter, dias depois, na Taça de Portugal?  

São dois jogos diferentes. Neste primeiro, as equipas jogam com vários resultados enquanto que na final jogam apenas para um resultado possível. É sempre diferente, com uma intensidade de nervosismo maior na final da Taça. São aqueles jogos que todos gostam de jogar, com um ambiente fantástico. É a festa do futebol.

Este será um dérbi ainda mais quente. A segurança dos adeptos deve ser uma preocupação maior? 

Sem dúvida. As pessoas ou controlam as vistorias da forma que quiserem ou fazem as coisas a sério. Não podem fechar os olhos, porque vão continuar a entrar com artefatos proibidos para dentro do estádio. Vão ter de atuar de maneira diferente, nem que se abram as portas muitas horas antes para controlar bem as entradas desses objetos. O que eu espero, e tenho quase a certeza, é que não vá acontecer nada de grave, esperemos. Que seja uma festa.

Prognóstico para o jogo?

Eu prefiro a vitória do Sporting, mas se for um empate, já fico satisfeito.

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